sexta-feira, 7 de maio de 2010

Período Pós Socrático ou Helenístico

O período helenístico foi o último período da filosofia grega antiga, marcada pela expansão do pensamento ocidental para diversas regiões da Europa. Nesse período, as cidades gregas não mais existiam como centros políticos, pois os filósofos acreditavam que o mundo em si representava a cidade e que eles eram cidadãos do mundo.
Também conhecido como Filosofia Cosmopolita, esse período desprezava as fronteiras geográficas impostas pelas sociedades com o intuito de expandir o pensamento filosófico. Acreditavam que apesar das fronteiras, os seres humanos eram todos componentes de uma única nação, estando ou não em territórios geográficos diferentes. Nesse período ficaram conhecidos quatro sistemas filosóficos que influenciaram o pensamento cristão durante muitos séculos: o estoicismo, o epicurismo, o ceticismo e neoplatonismo. A miscigenação entre a cultura ocidental e oriental fez com que a filosofia fosse acrescida com aspectos místicos e religiosos.
Ceticismo: de acordo com os pensadores céticos, a dúvida deve estar sempre presente, pois o ser humano não consegue conhecer nada de forma exata e segura. Ao eliminar o dogmatismo e suspender as crenças, o ceticismo anula igualmente a noção de Bem e Mal e, junto com ela, todas as oposições, desnudando-lhes o caráter relativo. Exemplo: esquerda e direita em relação a quê?
Epicurismo: os epicuristas, seguidores do pensador Epicuro, defendiam que o bem era originário da prática da virtude. O corpo e a alma não deveriam sofrer para chegar ao prazer. Epicuro representa um esforço para libertar a alma humana de equívocos ou de crenças sem fundamentos. A filosofia, para Epicuro, deveria servir ao homem como instrumento de libertação e como via de acesso à verdadeira felicidade. A felicidade consiste na serenidade de espírito. Fruto da consciência de que é ao homem que compete conseguir o domínio de si mesmo.
Estoicismo: os sábios estóicos como, por exemplo Marco Aurélio e Sêneca, defendiam a razão a qualquer preço. Os fenômenos exteriores a vida deviam ser deixados de lado, como a emoção, o prazer e o sofrimento. O estoicismo grego propõe uma imagem do universo segundo a qual tudo o que é corpóreo é semelhante a um ser vivo, no qual existiria um sopro vital (alma ou pneuma), cuja tensão explicaria a junção e interdependência das partes. No seu conjunto, o universo seria igualmente um corpo vivo provido de um sopro ígneo (sua alma), que reteria as partes e garantiria a coesão do todo. Essa alma é identificada, por Zenão, como razão, e assim o mundo seria inteiramente racional. A Razão Universal (Logos), que tudo penetra e comanda, tende a eliminar todo tipo de irracionalidade, tanto na natureza, quanto na conduta humana, não havendo lugar no universo para o acaso ou a desordem
Neoplatonismo: O neoplatonismo constituiu a mais perfeita manifestação de sincretismo religioso (fusão entre duas ou mais crenças). O neoplatonismo julga poder superar, completar, integrar a filosofia mediante a religião. Enquanto o racionalismo grego fornece a forma, o misticismo oriental o conteúdo. Teve em Plotino (204-270) seu principal representante. Para o neoplatonismo todos os seres resultariam de sucessivas emanações do Um, do divino, transcendente e inefável, atingido apenas pelo êxtase contemplativo (transe) que é superior à filosofia .

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