Sócrates e Platão – período socrático ou antropológico
Por fazer do autoconhecimento, a condição de todos os outros conhecimentos verdadeiros, é que se diz que o período socrático é antropológico (estudo e compreensão do comportamento humano). Voltado para o conhecimento do homem, seu espírito e sua capacidade de conhecer a verdade. Os ensinamentos de Sócrates são descritos por Platão em suas obras. Nas obras Platão descreve diálogos onde Sócrates pergunta às pessoas: Você acredita que justiça é importante, mas o que é justiça? Você acha coragem importante, mas o que é coragem? Você diz que ama as coisas belas, mas o que é beleza? Você crê que seus amigos são teu tesouro, mas o que é amizade? Sócrates fazia perguntas sobre valores e idéias sobre os quais os gregos pensavam conhecer. Para Sócrates a consciência da própria ignorância é o começo da filosofia.
O período socrático caracteriza-se pela:
1. Filosofia voltada para as questões humanas
2. O homem como ser racional. Capaz de reflexão
3. Reconhecimento da capacidade de conhecimento do homem
4. Definição da filosofia das virtudes – para o homem, para a política
5. Ampliação e definição de valor, justiça, coragem, amizade, piedade, amor, beleza, temperança, prudência
6. Definições de essência/ conceito/idéia ( como verdade real alcançada pelo ato de pensar não pelos sentidos, intemporal, imutável, universal). Opinião/ dóxa (verdade baseada nas sensações, emoções, instável, mutável, variável dependendo de cada pessoa). Sensível (coisas materiais, com corpo físico). Inteligível (conhecimento verdadeiro, idéias imateriais e incorpóreas
Para Platão a filosofia é o esforço do pensamento para abandonar o sensível e passar ao intelegível.
Aristóteles – período sistemático
Aristóteles transcreve o conhecimento grego acumulado durante quatro séculos de estudos e pesquisas. O estudo do pensamento e seus princípios foi denominado de lógica. O conhecimento foi dividido em ciências menores (epistéme):
1. Ciências produtivas: tudo o que envolvesse o estudo de técnicas e práticas produtivas, artísticas, humanas que resultassem num produto final.
2. Ciências práticas / ética : estudo das práticas humanas . Para Aristóteles a política é superior a ética, pois traz a liberdade. Sem liberdade o homem não pode ter uma vida virtuosa, ética. A finalidade da política é oferecer vida justa, boa e bela, livre da ética e da moral.
3. Ciências contemplativas ou teoréticas: estudo das coisas que existem independente da vontade humana. As ciências contemplativas foram divididas em:
a) Ciências das coisas naturais submetidas às mudanças: física, biologia, meteorologia, psicologia,
b) Ciências das coisas naturais não sujeitas às mudanças: matemática, astronomia
c) Ciência da realidade pura: tudo o que não é natural, mutável ou imutável, nem resultado da ação ou fabricação humana, denominado metafísica ( tudo o que vem após a física).
d) Ciências das coisas divinas – teologia, estudo da relação homem e Deus.
Seguindo a descrição acima, temos a filosofia aristotélica em três grandes campos:
1) O conhecimento do ser: conhecimento real ou da essência das coisas (ontologia)
2) Conhecimento das ações humanas: ética, valores individuais e coletivos, política
3) Conhecimento da capacidade humana de conhecer – o reconhecimento do pensamento, a lógica, o conhecimento científico, a epistemologia (teoria do conhecimento).
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